O Governo do Estado deverá realizar, ainda este ano, a licitação para a compra de equipamentos de descarregamento para o Porto do Pecém. No momento, a Cearáportos, juntamente com a Secretaria de Infra-Estrutura, elabora estudos para definir que tecnologia é a mais conveniente a ser aplicada no Ceará. De acordo com o diretor de Implantação e Expansão da companhia, Luiz Hernani Júnior, a expectativa é de que a aquisição dos equipamentos seja feita no início do ano que vem. A intenção do governo é de que o Pecém opere com o descarregamento de carvão já entre 2009 e 2010
Ao todo, serão adquiridos quatro descarregadores, sendo dois para carvão mineral e dois para minério de ferro. Os dois primeiros ficarão no berço interno do Píer 1, e os outros dois, no externo. Hernani explica, entretanto, que ainda não está definido se este edital contemplará, de uma só vez, os quatro equipamentos. “Nós temos que licitar, em primeira instância, um descarregador de carvão que irá servir à termelétrica da MPX, que já está em processo de instalação”, destaca.
A máquina deverá atender a uma movimentação de 2.400 toneladas/hora de carvão. A termelétrica MPX utilizará o carvão como redutor energético para produzir 720 megawatts (MW) por ano de energia a partir de 2001. No ano seguinte, a usina deverá ampliar a sua capacidade em mais 360 MW/ano, o que exigirá a entrada de mais um descarregador. Os outros dois equipamentos, que operarão com minério de ferro, estarão à disposição da siderúrgica de Pecém.
Hernani participou, durante toda a semana passada, de uma visita pelos portos europeus para analisar as tecnologias de descarregamento utilizadas por lá. Também participaram da viagem o governador Cid Gomes e o secretário de Infra-Estrutura, Adail Fontenele. A comitiva passou pela Alemanha, Dinamarca, Finlândia, Suécia e Inglaterra, e teve encontros com as empresas Thyssen Krupp, Kone Cranes e Mcgreggor. Foram visitadas as tecnologias de descarregadores contínuos e do tipo “grab”. Segundo Hernani, esta última possui intervalos durante o descarregamento (diferente do tipo contínuo), mas “tem um maior rendimento e uma confiabilidade maior”.
Ambas, segundo o técnico, são tecnologias de última geração. Para definir, portanto, qual delas será trazida para cá, serão levados em conta vários aspectos. “Nos iremos analisar a capacidade de produção, o preço, o custo de manutenção, a rentabilidade, em consonância com os condicionamentos ambientais, ou seja, procuraremos aquele que causará menor impacto ao meio ambiente. Além disso, avaliaremos se o píer no Pecém suporta o equipamento, tendo em vista que são equipamentos pesados”.
Este estudo, que deverá estar pronto antes do fim do ano, irá definir também o preço dos equipamentos. Será, então, elaborado um edital, definindo o orçamento da compra, que passará pela apreciação do governador Cid Gomes. “Queremos concluir os editais no menor lapso de tempo. Não dá para definir um prazo, mas o governo quer que a licitação seja feita até o fim do ano para iniciar a aquisição dos equipamentos no começo de 2009”.