Os investidores norte-americanos não recuaram em relação ao Estado com a crise financeira internacional. A constatação é do presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, que esteve na última semana nos Estados Unidos, onde se reuniu com empresários da Cargo Ventures (CV), que controla a Zona Livre de Miami. De lá, Balhmann traz a confirmação de que CV pretende investir na construção da infra-estrutura de cargas refrigeradas no Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante.
“Eles estavam querendo começar até o final deste ano, mas tem toda uma burocracia a cumprir, como a expedição de licenças ambientais, o que deve prorrogar o início (das obras) por mais um tempo”, afirma o presidente da Adece sem dizer o tempo deste atraso. Para ele, a crise financeira global trouxe “apenas a falta de confiança” no mercado, mas que os empresários norte-americanos “têm muito dinheiro para investir e estão atrás de bons projetos”.
“A crise não é um inibidor de investimentos e ela tem duas faces bem compreendidas pelos norte-americanos: a das oportunidades e das ameaças. O Brasil estaria na face das oportunidades e eles (investidores) concordaram conosco”. Para ele, os empresários estrangeiros vêem no País, assim como outras nações emergentes, um lugar seguro para investir, pois acreditam que os brasileiros não sairão duramente afetados pela crise financeira internacional.
Logística
Nos Estados Unidos, Balhman também discutiu com os empresários da Cargo Ventures a rede de logística portuária. A intenção é ligar o Pecém aos portos de Miami e Nova Orleans, da qual seriam escoados, através de transporte ferroviário, para 10 estados norte-americanos, até a costa oeste dos EUA. “De Nova Orleans, os produtos também poderiam chegar até o Oriente (países asiáticos)”, continua.
“Visitamos a Zona Livre de Miami porque queremos transformar o Pecém em um porto concentrador (Hub), cujo desenho, com a ZPE (Zona de Processamento de Exportação), permitiria o escoamento para outras áreas do Brasil, através de outros modais”, explica Balhman. Ele também afirma que a Adece deve abrir um escritório na Zona Livre de Miami numa área vizinha ao espaço da Agência Brasileira de Promoção e Exportações e Investimento (Apex). “Já estamos com uma área reservada em Miami e estamos conversando com as câmaras setoriais com perfil exportador (no Ceará) para montar o escritório e incentivar e incrementar as exportações de nosso Estado”.
E-Mais
No dia 3 de março, empresários norte-americanos virão ao Ceará para uma rodada de reuniões sobre investimentos no Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
Antônio Balhmann viajou aos EUA com Cid Gomes entre os dias 1º e 6 de fevereiro, para visitas às zonas livres e portos norte-americanos.
A comitiva do Governo do Estado também visitou o porto de Newark, em Nova York, e Washington.
Cid Gomes esteve com representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento e Banco Mundial
(Fonte: O POVO – FORTALEZA – Capa – 10/02/2009)